sábado, 3 de março de 2012

preguiça-bentinho



preguiça-bentinho (Bradypus variegatus)

Classe: Mammalia
Ordem: Xenarthra
Família: Bradypodidae

Os xenarthra são um grupo cuja evolução se deu na América do Sul e sua distribuição para as Américas Central e do Norte aconteceu apenas após a união desses continentes pelo Istmo do Panamá a cerca de 3 milhões de anos atrás.
A preguiça-bentinho pesa cerca de 4,3kg. Há dimorfismo sexual, e o macho possui uma mancha alaranjada nas costas e a fêmea não. A gestação dura entre 120 a 180 dias e os filhotes são dependentes da mãe por cerca de 6 meses, mas após o primeiro mês já se alimenta sozinho.
Se alimentam de folhas e flores e entre as árvores preferidas estão a embaúba (Cecropia sp.), figueiras (Ficus sp.) e a munguba (Pseudobombax munguba), esta última muito comum na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Seu metabolismo é bem peculiar, muito lento – cerca de 25% mais lento relativamente ao seu peso -, a digestão é tão devagar que pode levar até 250h para atravessar o complexo digestivo e a preguiça defeca apenas 1 vez por semana e sempre desce ao chão para fazer. Pouco se sabe a respeito da razão comportamento, uma vez que quando está no chão a preguiça fica muito vulnerável a predadores. Falando em predadores, gavião-real (Harpia harpija) e a onça-pintada (Panthera onca) são suas maiores ameaças. Sua melhor defesa é a camuflagem. Pode ficar muito tempo parada na mesma posição e em seus pêlos crescem algas, que ajudam a deixá-la ainda mais críptica.
Preguiças são ativas durante o dia e a noite. Outra coisa curiosa sobre esse animal é que seu ciclo circadiano não é sincronizado com as 24h diárias, como é conosco, mas dura cerca de 27h. Hélder Queiróz, pesquisador e diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, sugere que auxilia o animal a utilizar mais eficientemente uma pequena área.
Possuem territórios de cerca de 2ha. Habitam tanto o interior da floresta quanto a borda, mas na várzea tem preferência pelos chavascais, áreas mais baixas que ficam alagadas por mais tempo. Na RDSM é comum vê-las principalmente entre os meses maio a julho, durante a época de cheia, quando migram para as mungubas que estão florindo na beira dos canos, paranás e rios.
Ocorre em partes do sudeste, nordeste e centro-oeste do Brasil, além de grande porção da região Amazônica. Também é encontrada da Bolívia ao Equador e Venezuela até Honduras. Está fora do perigo de extinção.
Todas as fotos foram tiradas na RDSM. A terceira foto é um macho, a primeira da direita a mãe e um filhote em uma munguba e a última é o filhote comendo o botão da flor de munguba.

Fontes:
Mamirauá. A guide to the natural history of the amazon flooded Forest. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Mammals of the neotropics – John F. Eisenberg e Kent H. Redford
A grande história da evolução – Richard Dawkins
www.iucnredlist.org

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