terça-feira, 29 de maio de 2012

jia

jia - Leptodactylus pentadactylus

Classe: Anfíbios
Ordem: Anura
Família: Leptodactylidae

L. pentadactylus é um animal grande, sendo as fêmeas um pouco maiores do que os machos (cerca de 18,5cm e 17cm respectivamente). Os girinos também crescem bastante, chegando aos 8cm. Assim como outras espécies do gênero, depositam seus ovos (aproximadamente 1000) em ninhos de espuma na superfície da água ou em terra, como é o caso de L. pentadactylus. Os girinos completam seu desenvolvimento sem acesso à água.
São animais que vivem bastante, podendo chegar aos 15 anos. São terrestres e noturnos e podem ser encontrados na liteira de matas primárias e secundárias de florestas tropicais e nas margens de igarapés e rios. Os machos são territorialistas. É uma espécie amazônica, ocorrendo do Amapá ao Acre, norte da Bolívia, leste do Peru, Equador, Colômbia e Guiana Francesa.
Se alimentam de artrópodes, como aranhas, besouros, gafanhotos e também de vertebrados como filhotes de aves, cobras e outros anuros. Comem tudo que aparece e que podem engolir. Seus ovos são parasitados pela mosca Gastrops willistonii e os adultos são predados por cobras, jacarés e quatis.
Permitem grande aproximação, mas se apanhados com as mãos podem emitir um som muito alto, como um grito de agonia.
Produzem substâncias tóxicas, que não são letais para os humanos, mas podem causar irritação e coceira.
Não se encontra em perigo de extinção.
A foto desta postagem foi tirada em um tronco de assacu (Hura crepitans) da Pousada Uacari, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, estado do Amazonas.

Fontes:

Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke - Albertina Lima, William Magnunson, Marcelo Menin, Luciana Erdtmann, Domingos Rodrigues, Claudia Keller e Walter Hodl.
www.iucnredlist.org
www.anphibiaweb.org



segunda-feira, 28 de maio de 2012

gavião-carijó

gavião-carijó (Rupornis magnirostris)

Classe: Aves
Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae

É o gavião mais comum no Brasil. Pelo que tenho observado, a forma amazônica é mais acizentada, enquanto que os indivíduos do centro-sul do Brasil possuem tonalidade mais amarronzada. É uma ave de rapina de médio porte, com 31-42cm de tamanho e 250-300g em peso. As fêmeas são um pouco maiores do que os machos. R. magnirostris possuem penas produtoras de pó (powderdown feathers). São estruturas que se desintegram, formando uma camada de pó, que impermeabiliza a plumagem ajudando na proteção dela.
Ocorre em grande parte da América do Sul, exceto o Chile, sul da Argentina e algumas áreas a oeste dos Andes. Vive no Brasil inteiro. Também na América Central e litoral mexicano.
Habita zonas rurais, pastos, fazendas, cidades, beiras de estradas, plantações (eucalipitais também), capoeiras, cerrados, caatingas, beiras de rios e lagos, mas muito dificilmente no interior da mata.
É um animal oportunista e generalista. Se alimenta de lagartos, cobras, pererecas, sapos, ratos, pequenas aves e seus ninhos, morcegos e artrópodes. Pode seguir formigas-de-correição e incêndios, procurando os animais que fogem desesperados. Costuma empoleirar-se me mourões de cercas, postes e árvores para espreitar suas presas.
Voa alto muitas vezes, aproveitando-se das correntes térmicas.
Vive em casais e constróem os ninhos em árvores de copa fechada ou no topo de árvores grandes. Deposita cerca de 2 ovos, que são incubados pela fêmea. Durante esse período, que dura aproximadamente 1 mês, o macho alimenta a fêmea.
Está fora de perigo de extinção e sua população vem aumentando, beneficiada pelo desmatamento.
A foto à direita é da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, região do lago Mamirauá; a foto à esquerda é na área da Pousada Xaraés, pantanal sul-matogrossense.

Fontes:

Iconografia das Aves do Brasil. Bioma Cerrado - Tomas Sigrist
www.iucnredlist.org
www.wikiaves.com.br


domingo, 27 de maio de 2012

surucuá-de-barriga-vermelha

surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon curucui)

Classe: Aves
Ordem: Trogoniformes
Família: Trogonidae

Os surucuás são belíssimas aves que ocorrem nas florestas tropicais e equatoriais em diversas partes do mundo. T. curucui ocorre na região nordeste do Brasil à Amazônia até a região do rio Negro. Pode ser encontrado também no norte da Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, sempre a leste dos Andes.
De um modo geral os surucuás possuem uma anatomia dos pés diferenciada em relação às outras aves, sendo dois dedos para frente (terceiro e quarto) e dois para trás (disposição heterodáctila). O bico é serrilhado e possui cerdas, que auxiliam na captura de insetos quando estas presas estão próximas à ave.
T. curucui habita capoeiras, matas secundárias, bordas de matas secas, buritizais (Mauritia sp.), cerradões, matas de galeria, matas de várzea e terra firme.
Os machos possuem a cabeça e o pescoço azulados, dorso verde, peito vermelho e cauda totalmente rajada de branco; as fêmeas também possuem o peito vermelho, mas a cabeça, pescoço e dorso são acizentado, cauda mais escura e branco na região ao redor dos olhos. Possuem cerca de 24-25 cm.
Nidifica em ocos de árvore ou em cupinzeiros arborícolas. Quando em cortejo, o macho oferece alimento para a fêmea e os dois se encarregam da escavação do ninho. A fêmea deposita de 2 a 4 ovos brancos ou cor de creme, cinza pálido ou verde desbotado. Ambos incubam os ovos e cuidam da prole. Se alimenta de insetos e outros artrópodes, eventualmente frutos.
São animais muito confiados, podendo ser observados de perto. Ótimos animais para se tirar foto.
A primeira foto foi tirada no Parque Nacional Serra da Capivara, região do município de Coronel José Dias, estado do Piauí; a segunda foi na Fazenda Nossa Senhora do Carmo, próxima à Pousada Xaraés, no município de Corumbá, estado do Mato Grosso do Sul, Pantanal sul-matogrossense; a terceira é da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, região do município de Uarini, estado do Amazonas. São, respectivamente, áreas de caatinga, capão com predominância de acuri (Attalea phalerata) e mata de várzea.
Está fora de perigo de extinção.

Fontes:

Aves do Brasil - Tomas Sigrist
Aves do Brasil - John Gwynne, Robert Ridgely, Guy Tudor e Martha Angel.
www.wikiaves.com
www.iucnredlist.org



quinta-feira, 17 de maio de 2012

lagartixa-do-lajedo

lagartixa-do-lajedo (Tapinurus helenae)

Classe: Répteis
Ordem: Squamata
Família: Tropiduridae

O gênero Tapinurus é endêmico da caatinga, a região do semi-árido brasileiro e único bioma exclusivamente nacional. T. helenae é uma espécie descrita recentemente e ocorre apenas na região do Parque Nacional Serra da Capivara, no estado do Piauí. Vive nas áreas rochosas dos paredões e lajedos, como na área conhecida como Baixão das Andorinhas e na trilha Hombu-jurubeba.
Se alimenta de insetos e de frutos de cactos.
 
Não achei praticamente nada na literatura sobre a espécie e segundo os guias do PARNA Serra da Capivara, a fêmea (primeira e segunda fotos) é o animal de coloração alaranjada no dorso enquanto o macho é preto (terceira foto) e maior.

Fontes:

http://www.fumdham.org.br/
A new species of Tapinurus from the Caatinga of Piauí northeastern Brazil (Squamata: Tapinuridae) - Paulo Roberto Manzani e Augusto Shynia Abe. Herpetologia

quarta-feira, 16 de maio de 2012

príncipe-negro

príncipe-negro (Aratinga nenday)

Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae

Belíssima espécie de periquito restrita ao norte da Argentina, parte do Paraguai e Pantanal, incluindo os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e leste da Bolívia.
Habita áreas abertas, carandazais e outras palmeiras, capões, plantações, campos limpos e cerrados. Embora não seja frequente em toda sua área de vida, quando ocorre é bem numeroso, formando bandos muito grandes.
Possui cerca de 32cm e tem a plumagem muito característica, com a face preta. É bastante colorido.
Assim como a grande maioria dos psittacídeos, constrói ninhos em cavidades naturais, como ocos de árvore e palmeiras. A reprodução ocorre em meados de novembro.
Se alimenta de frutos e sementes e é muito comum vê-los forrageando no solo, sempre em bando.



Está fora de perigo de extinção, mas é uma espécie vendida no comércio ilegal de animais. Está listada no apêndice II da Cites, ou seja, não está ameaçada, mas poderá ficar caso o comércio não seja controlado.
As três primeiras fotos (a segunda à direita A. nenday está junto de caturritas (Myipsitta monachus)) foram tiradas na região da Pousada Xaraés, município de Corumbá/MS, pantanal sul-matogrossense. A última foi na Fazenda San Francisco, município de Miranda/MS.

Fontes:

www.wikiaves.com.br
www.iucnredlist.org
Aves do Brasil, Pantanal & Cerrado - John Gwynne, Robert Ridgely, Guy Tudor e Martha Angel
Birds South America, Field Guide - Jorge Rodriguez Mata, Francisco Erize e Maurice Rumboll

terça-feira, 15 de maio de 2012

bugio

bugio (Alouatta caraya)

Classe: Mamíferos
Ordem: Primatas
Família: Cebidae

Espécie de bugio que ocorre na região do Pantanal e parte do Cerrado, abrangendo leste da Bolívia, Paraguai, nordeste da Argentina e do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ao sul da Bahia.
Ocupam florestas decíduas e semidecíduas, matas de galeria e capões. Na região das Fazendas Xaraés e Nossa Senhora do Carmo, Pantanal sul-matogrossense, são bastante comuns em capões de médio e grande porte. 
O que mais chama a atenção em relação a esses animais é o grito muito alto entoado por eles, uma forma de demarcação de território. Isso é possível a uma modificação na região da garganta, que atua como um grande saco acústico.
Marcante dimorfismo sexual, sendo o macho adulto de coloração preta e a fêmea marrom claro. Os juvenis possuem a pelagem parecida com a das fêmeas. Os machos são um pouco maiores, pesando cerca de 6-7kg e as fêmeas entre 4-5kg.
Vivem em grupos que chegam a passar 10 indivíduos e são encontrados mais de um macho por bando, mas provavelmente existe apenas um dominante.
Assim como as outras espécies do gênero, são animais herbívoros, sendo a dieta baseada preferencialmente em folhas. Por conta dessa dieta pouco rica em calorias, passam a maior parte do tempo descansando nas árvores. Possuem o trato digestivo muito desenvolvido, de modo que os ajudam a digerir a celulose das folhas. Sempre observei esses animais em embaúbas (Cecropia sp.) e figueiras (Ficus sp.).
Já observei indivíduos cruzando o campo correndo na busca de capões ou mudando de capão.
Está fora de perigo, mas as populações vem diminuindo, devido à fragmentação do habitat pelas atividades agropecuárias e expansão das cidades.
Todas as fotos foram tiradas na Fazenda Nossa Senhora do Carmo. A primeira é um macho adulto, a segunda uma mãe com um filhote, a terceira (esq.) um bando descansando e a quarta uma fêmea.

Fontes:

www.iucnredlist.org