quinta-feira, 23 de agosto de 2012

pirarara

pirarara (Phractocephalus hemiliopterus)

Classe: Actinopterygii
Ordem: Siluriformes
Família: Pimelodidae

É um bagre muito colorido, variando do cinza ao preto, mas de barriga branca e cauda avermelhada. Pode crescer até 1,5 m e pesar até 44 kg.
Ocorre nas bacias Amazônica e do Orinoco (países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela). Costuma viver associado a substratos, principalmente em rios de água branca, nas áreas de várzea. Não se sabe se a pirarara é migratória, mas imagina-se que a espécie desça os rios de águas pretas e claras para desovar na água branca. Pode percorrer distâncias médias de 100 a 1000 km e se reproduz na região do complexo Solimões-Amazonas na época da enchente.
Se alimenta frutas quando a floresta está alagada, mas também come caranguejos e peixes, principalmente na época seca.
É um peixe razoalvelment apreciado no mercado, considerado de segunda classe. O potencial de produção foi calculado em cerca de 900 toneladas e quatro regiões são responsáveis pela maior parte dessa produção: fronteira Brasil-Peru-Colômbia, Amazônia Central, Baixo Amazônia e Amazônia Peruana.
A espécie não foi avaliada pela IUCN.
A foto foi tirada no flutuante Mamirauá, na RDS Mamirauá, Amazonas.

Fontes:

Um Ecossistema Inesperado. A Amazônia Revelada pela Pesca - Ronaldo Barthem & Michael Goulding
Pesces del medio Amazonas. Regíon de Letícia - Cpnservación Internacional
www.fishbase.org

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

cotia

cotia (Dasyprocta azarae)

Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Dasyproctidae

Possui entre 46 a 60 cm de comprimento e 2,4 a 3,2 kg.
São animais terrestres e diurnos. Se alimentam de sementes, frutos e coquinhos, como cocos de acuri (Attalea phalerata) no Pantanal. Ocorrem em regiões úmidas, como florestas da Mata Atlântica, cerrado e Pantanal. Ocorre do sopé dos Andes na Bolívia ao Rio Grande do Sul, incluindo o estado do Mato Grosso do Sul e São Paulo. Também na província das Missiones, na Argentina. É a espécie de cutia com a distribuição mais a sul.
A gestação dos Dasyprocta dura cerca de 4 meses e dão à luz a 1 ou 2 filhotes. Os filhotes já nascem com os olhos abertos.
As fêmeas defendem parte da sua área de vida quando há pouco alimento e os jovens são tolerados pelos pais no uso da área. Os machos defendem sua área mais fortemente.
Costumam descansar em ocos de árvore caídas ou em meio à vegetação baixa e densa.
Não possui classificação na IUCN, onde consta como dados deficientes, mas a população parece estar diminuindo.
A foto foi tirada de dentro de um capão na Fazenda Nossa Senhora do Carmo, município de Corumbá, Pantanal.

Fontes:

Mammals of the Neotropics - Eisenberg & Ford
Neotropical Rainforest Mammals - Emmons
www.iucnredlist.org

terça-feira, 21 de agosto de 2012

pica-pau-de-topete-vermelho

pica-pau-de-topete-vermelho (Campephilus melanoleucos)

Classe: Aves
Ordem: Piciformes
Família: Picidae

Os pica-paus possuem a musculatura do pescoço muito forte e adaptações especiais nas vértebras, no crânio e no próprio pescoço, de modo a proteger o cérebro das trepidações quando o animal "pica" a árvore. São animais trepadores e a cauda é transformada em um órgão de apoio nas árvores.
C. melanoleucos é muito parecido com a espécie pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus), porém distinguível pelo "V" branco nas costas e pela cabeça bem avermelhada. A fêmea possui a frente do topete preta e uma larga mancha branca que alcança o bico.
Ocorre do Panamá à Bolívia, Paraguai, Argentina e alguns estados brasileiros como o Paraná, Mato Grosso e Goiás. Também na Amazônia e no Pantanal. Habita matas de galeria, várzeas amazônicas, áreas abertas, palmais e fazendas.
Se alimentam de insetos e suas larvas. Conseguem ouvir o barulho desses animais no oco das árvores ou martelam a madeira para descobrir onde existem possíveis presas. Possuem uma língua longa e pegajosa que serve para espetar a presa. Algumas espécies como C. melanoleucos se alimentam também de frutos (bananas, mamão, laranja e embaúba).
Na época de reprodução, o casal de pica-pau-de-topete-vermelho se encontra após vôos em que produzem fortes zunidos com as asas. Normalmente o casal nidifica em árvores mortas, palmeiras e embaúbas, onde constróem um ninho em alguma cavidade da madeira. C. melanoleucos deixa uma camada de serragem no ninho. A fêmea deposita entre 2 a 4 ovos e ambos os sexos revezam-se na hora de chocar.
A espécie está fora de perigo, mas a população parece estar em declínio.
A primeira foto é de um macho, tirada na comunidade Sítio São José, na RDS Mamirauá, Amazonas; as outras duas são da Fazenda Nossa Senhora do Carmo, pantanal sul-matogrossense. Na segunda foto dá pra ver em detalhe a cauda apoiada no tronco da árvore e a terceira é uma fêmea.


Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.iucnredlist.org

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

batuíra-de-coleira




batuíra-de-coleira (Charadrius collaris)

Classe: Aves
Ordem: Charadriiformes
Família: Charadriidae

Habita usualmente áreas próximas à água, como praia e beira de rios, sejam de areia ou lama. Também vive em regiões de água salgada, dunas e zonas de vegetação pioneira, mas é mais comum em águas interiores. Na Amazônia, devido a inundação das regiões de várzea e igapó, tem que migrar para outras áreas, fazendo este movimento todos os anos. Assim que as águas baixam, voltam para suas áreas de preferência onde se reproduzem. Não faz ninho. A fêmea deposita os ovos diretamente no solo. Vivem aos casais e não há dimorfismo sexual. Os filhotes são nidífugos, ou seja, já saem do ninho ao nascer.
Se alimentam de pequenos animais que vivem no solo, como insetos, poliquetas e crustáceos.
Ocorre do México à Bolívia, Argentina e Chile e em todo o Brasil. Também nas ilhas do Caribe e Antilhas Holandesas.
Está fora de perigo de extinção, mas a população vem diminuindo. É estimado que existam entre 1.000 a 10.000 indivíduos.
As 3 primeiras fotos foram tiradas na Amazônia, todas no estado do Amazonas. A primeira foi no lago Tefé, na região do distrito de Nogueira, pertencente ao município de Alvarães; a segunda à direita é da RDS Uatumã, no lago Jaraoacá; a terceira foi na área da comunidade Miraflor, município de Uarini, no rio Solimões. A última foto é da região do Pantanal sul-matogrossense, na fazenda Nossa Senhora do Carmo, município de Corumbá.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.iucnredlist.org


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

onça-pintada

onça-pintada (Panthera onca)

Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae

A onça-pintada é o maior felino das Américas, podendo pesar até 150 kg e medir 2,4 m de comprimento, incluindo a cauda. Contudo o tamanho dos animais varia muito de acordo com a região: no Pantanal os indivíduos são grandes, chegando a mais de 100 kgm enquanto que na várzea amazônica, são menores e os machos adultos podem pesar cerca de 60-70 kg. É um animal muito forte, musculoso, de cabeça grande em relação ao corpo, cauda grossa e pernas grossas e curtas. Suas manchas são chamadas de rosetas, ou seja, são manchas dentro das manchas.  O padrão de rosetas é individual, ou seja, cada animal tem o seu. É equivalente à nossa impressão digital.
Originalmente ocorria da Argentina central até o sul dos EUA, mas atualmente já está extinta ou muito rara em grande parte de sua distribuição (ocorre em apenas 46% da sua área original). Na Amazônia e no Pantanal as populações de onça-pintada são grandes e o animal ainda está a salvo. No entanto, considerando toda a distribuição da espécie e as pressões exercidas sobre ela, é um animal considerado próximo de ameaçado.
Habita praticamente qualquer tipo de habitat, mas normalmente está muito associada a corpos d'água e áreas alagáveis. No entanto existem animais em regiões secas como a caatinga.
As principais ameaças à onça-pintada são a perda de habitat, com o desmedido desmatamento que vem ocorrendo nas Américas, a perda de presas devido à caça e os conflitos com humanos, especialmente proprietários de terras e de animais de criação que matam P. onca em retaliação a alguns casos de morte de gado pela onça. Muitos estudos, no entanto, demonstram que a porcentagem de gado morto pela onça-pintada é baixa.
São animais que constumam andar sozinhos, mas também em dupla. Irmãos são às vezes observados juntos por um certo tempo e a mãe também tem um importante cuidado com os filhotes (na média 2). Moradores locais da RDS Mamirauá contam que na época da vadiação (quando a fêmea está no cio) é possível observar vários indivíduos juntos, às vezes mais de 5. Os filhotes ficam independente após cerca de 2 anos e as fêmeas tem sua primeira cria a partir dos 3 anos de idade. O tempo máximo de vida de uma onça-pintada é de aproximadamente 12 anos.

Possuem grandes áreas de uso e os territórios variam muito em relação aos recursos existentes. Existe sobreposição de território, especialmente de machos e fêmeas, mas os animais vagueiam pela área dos outros. Na RDS Mamirauá, onde existe a maior densidade de onça-pintada do mundo, foi registrado, com o auxílio de armadilhas fotográficas, 13 indivíduos por 100 km2

Possuem atividade ao longo do dia inteiro. Se alimentam de praticamente todo vertebrado que conseguir pegar. Comem queixadas, antas, veados, capivaras, jacarés e seus ovos, jabutis, aves e até preguiças e macacos.
As 3 fotos de onça foram tiradas na área do corixo fundo, dentro da fazenda Nossa Senhora do Carmos, Pantanal sul-matogrossense. A segunda e a terceira foto é de um casal, o o macho à direita e a fêmea à esquerda na segunda e em lados invertidos na terceira. A foto da pegada é no final da trilha da Guariba, bem próximo à Pousada Uacari, na RDS Mamirauá, Amazonas.

Fontes:
Azevedo, F. C. C. 2006. Predation patterns of jaguars (Panthera onca) in a seasonally flooded forest in the southern region of Pantanal, Brazil. Doctor of Philosophy, University of Idaho, 103pp.
Macedo, J. S. 2011. Dinâmica populacional da onça-pintada (Panthera onca) no lago Mamirauá e conflitos entre onças e populações tradicionais nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, AM. Relatório técnico final das atividades de bolsa /CNPQ. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Tefé, Amazonas, Brasil.
Ramalho, E.E. 2006. Uso do hábitat e dieta da onça-pintada (Panthera onca) em uma área de várzea, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazônia Central, Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas, 46pp.
Sanderson, E. W.; Redford, K. H.; Chetkiewicz, C. B.; Medellin, R. A.; Rabinowitz, A.; Robinson, J. G.; Taber, A. B. 2002. Planning to save a species: the jaguar as a model. Conservation Biology, 16(1):58-72.



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Marpesia chiron

Marpesia chiron

Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Nymphalidae

Marpesia chiron ocorre do sul dos EUA à América do Sul, da Colômbia para a Bolívia. Sua distribuição inclui o Caribe. Habita florestas tropicais, áreas abertas, beira de rios, praias de rios, florestas decíduas, floresta de neblina, áreas de vegetação secundária, parques em cidades, beira de estradas. Até 2500 m de altitude.
Deposita os ovos em  folhas das plantas da família Moraceae (que inclui os figos). As lagartas, de coloração vermelha ou amarela, se alimentam das folhas das plantas hospedeiras.
Os machos se agregam para sugar sais e minérios do solo e são comuns vê-los às dezenas juntos. São muito ativos em climas quentes, mas em locais mais frios passam algum tempo se esquentando ao sol. As fêmeas ficam mais tempo no interior da mata, sendo mais difíceis de ver. Formam dormitórios noturnos.

Fontes:

http://www.learnaboutbutterflies.com/Amazon%20-%20Marpesia%20chiron.htm
http://www.butterfliesandmoths.org/species/Marpesia-chiron
http://darnis.inbio.ac.cr/ubisen/FMPro?-DB=UBIPUB.fp3&-lay=WebAll&-error=norec.html&-Format=detail.html&-Op=eq&id=3851&-Find

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

tucunaré - outra foto (Cichla sp.)

Minha amiga Roberta Ricupero não gostou muito da foto do tucunaré que eu coloquei. Realmente não foi o melhor close do bicho, mas é a única mais ou menos que tenho dessa espécie. Essa nova foto é do mercado de Manaus e é outra espécie de tucunaré, por isso cito apenas o gênero, Cichla.
Não está dentro d'água, mas fica o bocão dele pra vocês!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

tucunaré

tucunaré (Cichla monoculus)

Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Cichlidae

São muitas espécies de tucunarés na Amazônia e C. monoculus é a encontrada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
É um animal muito apreciado na culinária amazônida e também é um dos preferidos pelos pescadores esportistas, principalmente na região do rio Negro.
Ocorre nas regiões do complexo Solimões-Amazonas e alguns tributários, bem como nas áreas de várzea, no Brasil, Peru e Colômbia.
São carnívoros. Os adultos consomem peixes e os juvenis crustáceos e insetos.
A maturidade sexual dos machos ocorre após 1 ano e das fêmeas 2 anos. Não existe uma época de reprodução definida, mas parecem preferir os meses quentes para fazê-la. O casal constrói um ninho, muitas vezes sob paus caídos e também cuida da prole.
O tamanho máximo registrado foi de 70 cm e 9 kg.

Fontes:

www.fishbase.org
Peces del medio Amazonas. Región de Leticia - Cnservacion Internacional
ANÁLISE FILOGENÉTICA DE DUAS ESPÉCIES SIMPÁTRICAS DE TUCUNARÉ
(Cichla, PERCIFORMES), COM REGISTRO DE HIBRIDIZAÇÃO EM DIFERENTES
PONTOS DA BACIA AMAZÔNICA - Fernanda Andrade, Horacio Schneider, Izeni Farias, Eliana Feldberg & Iracilda Sampaio