Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
A onça-pintada é o maior felino das Américas, podendo pesar até 150 kg e medir 2,4 m de comprimento, incluindo a cauda. Contudo o tamanho dos animais varia muito de acordo com a região: no Pantanal os indivíduos são grandes, chegando a mais de 100 kgm enquanto que na várzea amazônica, são menores e os machos adultos podem pesar cerca de 60-70 kg. É um animal muito forte, musculoso, de cabeça grande em relação ao corpo, cauda grossa e pernas grossas e curtas. Suas manchas são chamadas de rosetas, ou seja, são manchas dentro das manchas. O padrão de rosetas é individual, ou seja, cada animal tem o seu. É equivalente à nossa impressão digital.
Originalmente ocorria da Argentina central até o sul dos EUA, mas atualmente já está extinta ou muito rara em grande parte de sua distribuição (ocorre em apenas 46% da sua área original). Na Amazônia e no Pantanal as populações de onça-pintada são grandes e o animal ainda está a salvo. No entanto, considerando toda a distribuição da espécie e as pressões exercidas sobre ela, é um animal considerado próximo de ameaçado.
Habita praticamente qualquer tipo de habitat, mas normalmente está muito associada a corpos d'água e áreas alagáveis. No entanto existem animais em regiões secas como a caatinga.
As principais ameaças à onça-pintada são a perda de habitat, com o desmedido desmatamento que vem ocorrendo nas Américas, a perda de presas devido à caça e os conflitos com humanos, especialmente proprietários de terras e de animais de criação que matam P. onca em retaliação a alguns casos de morte de gado pela onça. Muitos estudos, no entanto, demonstram que a porcentagem de gado morto pela onça-pintada é baixa.
São animais que constumam andar sozinhos, mas também em dupla. Irmãos são às vezes observados juntos por um certo tempo e a mãe também tem um importante cuidado com os filhotes (na média 2). Moradores locais da RDS Mamirauá contam que na época da vadiação (quando a fêmea está no cio) é possível observar vários indivíduos juntos, às vezes mais de 5. Os filhotes ficam independente após cerca de 2 anos e as fêmeas tem sua primeira cria a partir dos 3 anos de idade. O tempo máximo de vida de uma onça-pintada é de aproximadamente 12 anos.
Possuem grandes áreas de uso e os territórios
variam muito em relação aos recursos existentes. Existe sobreposição de
território, especialmente de machos e fêmeas, mas os animais vagueiam
pela área dos outros. Na RDS Mamirauá, onde existe a maior densidade de
onça-pintada do mundo, foi registrado, com o auxílio de armadilhas
fotográficas, 13 indivíduos por 100 km2
Possuem
atividade ao longo do dia inteiro. Se alimentam de praticamente todo
vertebrado que conseguir pegar. Comem queixadas, antas, veados,
capivaras, jacarés e seus ovos, jabutis, aves e até preguiças e macacos.
As
3 fotos de onça foram tiradas na área do corixo fundo, dentro da
fazenda Nossa Senhora do Carmos, Pantanal sul-matogrossense. A segunda e
a terceira foto é de um casal, o o macho à direita e a fêmea à esquerda
na segunda e em lados invertidos na terceira. A foto da pegada é no
final da trilha da Guariba, bem próximo à Pousada Uacari, na RDS
Mamirauá, Amazonas.
Fontes:
Azevedo, F. C. C. 2006.
Predation patterns of jaguars (Panthera
onca) in a seasonally flooded forest in the southern region of Pantanal,
Brazil. Doctor of Philosophy, University of Idaho, 103pp.
Macedo,
J. S. 2011. Dinâmica populacional da onça-pintada (Panthera onca) no lago Mamirauá e conflitos entre onças e
populações tradicionais nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e
Amanã, AM. Relatório técnico final das atividades de bolsa /CNPQ. Instituto de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Tefé, Amazonas, Brasil.
Ramalho,
E.E. 2006. Uso do hábitat e dieta da onça-pintada (Panthera onca) em uma área de várzea, Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá, Amazônia Central, Brasil. Dissertação de Mestrado,
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas,
Manaus, Amazonas, 46pp.
Sanderson, E. W.; Redford,
K. H.; Chetkiewicz, C. B.; Medellin, R. A.; Rabinowitz, A.; Robinson, J. G.;
Taber, A. B. 2002. Planning to save a species: the jaguar as a model. Conservation Biology,
16(1):58-72.
Caramba, Pedro! 13 indivíduos em 100km2 e isso é a maior densidade populacional desse bicho! Isso vai ser um belo exemplo nas minhas aulas de ecologia, qdo falar de predadores de topo, magnificação trófica e da necessidade de preservação de grandes áreas para a proteção de populações sustentáveis de predadores.
ResponderExcluirVc tem uma extimativa de densidadae populacional de onças em outros locais/reservas/parques?
Abraços
Diler