sábado, 3 de setembro de 2016

batuiruçu

batuiruçu (Pluvialis dominica)
Classe: Aves

Ordem: Charadriiformes

Família: Charadriidae

Ave migratória, procedente do Ártico, chega até o sul do Brasil, Argentina e Chile. Se torna abundante no Brasil central até fevereiro, incluindo grandes quantidades no Pantanal.
Habita lugares secos, como campos de futebol, mas também próximos das praias.

Assim como outros migradores possui duas fases de plumagem. Na época reprodutiva (verão no ártico e sub-ártico – nidifica nas encostas rochosas) o macho possui o peito e a barriga anegrados. Fora da época de reprodução, ganha a plumagem de descanso, mais cinzenta. 


Machos e fêmeas incubam os ovos, durante cerca de 25 dias. Os jovens são nidífugos, ou seja, saem do ninho pouco tempo após a eclosão.

A fotografia da direita foi tirada em Mostardas, Rio Grande do Sul, na beira da Lagoa dos Patos. A fotografia da esquerda foi tirada na área da Fazenda São Bento, Corumbá, Pantanal sul-matogrossense.

A espécie está considerada como fora de perigo, mas com a população em declínio.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick

segunda-feira, 20 de junho de 2016

sucuri-amarela

sucuri-amarela (Eunectes notaeus)

Classe: Reptilia

Ordem: Squamata

Família: Boidae

As sucuris são as maiores serpentes da América do Sul e entre as maiores do mundo. A sucuri-amarela, embora seja bem grande, é menor do que a sucuri-verde (E. murinus). As fêmeas da espécie são maiores do que os machos, podendo atingir 4 metros de comprimento e 30 kg.

Ocorre na bacia do rio Paraguai, desde o Pantanal (Bolívia, Brasil e Paraguai) até o nordeste da Argentina e Uruguai.

Habitam áreas alagadas, como brejos, pântanos e rios e canais onde a água é mais calma. Avançam para áreas mais secas, como florestas e campos, durante épocas de estiagem ou para caçar animais maiores.

É vivípara, ou seja, não ovipõe, mas da à luz filhotes (os ovos ficam internos). A gestação dura 6 meses. Algumas informações dão conta de que o período de reprodução é em abril e maio, mas isso pode mudar de acordo com a região.  A maturação sexual é a partir do terceiro ou quarto ano de vida (vivem entre 15 a 20 anos).

É um animal carnívoro, predando por constrição. Alimentam-se de mamíferos de médio porte, como veados e capivaras, aves, peixes e, principalmente, jacarés. Certa vez presenciei uma pequena sucuri-amarela enrolada em um jacaré-do-pantanal (Caiman crocodilus) de tamanho mediano. Ficou assim por cerca de uma hora (não sei dizer por quanto tempo já estava enrolada), desistindo depois. A fotografia foi tirada na mesma região, Fazenda Xaraés, pantanal sul-matogrossense, quando atravessava o gramado em frente à Pousada Xaraés.

Uma sucuri adulta não possui predadores naturais, mas, quando jovem, é presa de jacarés, canídeos, teiús e outras sucuris. O ser-humano é a grande ameaça à espécie, que já foi enormemente explorada pelo valor da sua pele. Milhares de indivíduos eram caçados, décadas atrás, para o comércio internacional de peles.  Atualmente a caça de sucuris é proibida internacionalmente, mas a espécie se encontra ameaçada.

Fontes:


Conservation biology of the yellow anaconda (Eunectes notaeus) in northeastern Argentina – Tomas Waller, Patricio Alejandro Minucci e Ernesto Alvarenga.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

choquinha-de-flanco-branco

choquinha-de-flanco-branco (Myrmotherula axillaris)

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Família: Thamnophilidae

Essa é uma das famílias que me faz querer sair de casa e observar aves. Normalmente são bichos difíceis de observar e alguns um tanto raros. Essa pequena espécie (9,5 cm) não é tão difícil e tem uma ampla distribuição, ocorrendo desde a América Central, Bolívia, Amazônia brasileira e meridional e uma outra população, na costa brasileira, em ambiente de Mata Atlântica - Rio Grande do Norte a São Paulo. A foto foi tirada no Rio de Janeiro, na trilha do Morro da Urca, mas já observei a espécie em Tefé, Amazonas.

Vive no sub-bosque e estrato médio da floresta e em áreas de capoeira um pouco mais bem formadas. Se alimenta de insetos e lagartas e seu ninho é em forma de xícara, normalmente a uma altura de cerca de 4 m do solo. Coloca 2 ovos.

Não está ameaçada de extinção.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick

www.wikiaves.com.br


quarta-feira, 15 de junho de 2016

uirapuru-de-chapéu-azul

Uirapuru-de-chapéu-azul (Lepidothrix coronata)

Classe: Aves


Ordem: Passeriformes

Família: Pipridae

Lindíssima ave amazônica, presente no oeste da região, a leste nos rios Negro e Madeira e ao norte até o Panamá. Possui dimorfismo sexual, sendo a fêmea esverdeada, com as partes inferiores amareladas e os machos escuros (variam do verde-escuro ao preto) e um notável “chapéu” azul.

O canto do macho é definitivo para a identificação e a localização do indivíduo. Foi através do playback (técnica que consiste em reproduzir o som da espécie, para atrair os indivíduos) que consegui a fotografia. O macho cantava no meio de um interessante fragmento florestal, a cerca de 15 km do centro de Tefé e, após ouvir o som tocado por mim, veio para bem próximo, na beira da mata.

Assim como outras espécies da família, deve utilizar, principalmente, o estrato baixo e médio da floresta e se alimentar de pequenos frutos. Mas pouco se sabe sobre a espécie.

É considerada fora de perigo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira – Helmut Sick

segunda-feira, 13 de junho de 2016

jequitirinaboia

jequitirinaboia (Fulgora sp.)

Classe: Insecta

Ordem: Homoptera

Família: Fulgoridae

Belíssimo inseto cercado de lendas. A principal delas é referente ao veneno que ele possui e que pode matar uma árvore e até mesmo pessoas. Por mais difundida que possa ser essa estória, não passa de uma lenda. Tudo por conta de um apêndice utilizado para sugar a seiva das árvores, seu principal alimento. Por falar em alimentação, ao que parece, a espécie tem preferência por algumas espécies de plantas (dos gêneros Hymenaea, Vochysia, Lecythis e Simarouba são alguns exemplos). 

São nove espécies similares, que se diferenciam em padrões de coloração, formato da cabeça e distribuição. Todas ocorrem na região neotropical, do México à Argentina.

Podem atingir cerca de 9 cm de tamanho e envergadura de 15 cm. São reconhecidas pela cabeça em forma de “amendoim” e dois grandes falsos olhos nas asas, evidentes, somente, quando as asas estão abertas. Se camuflam muito bem nas árvores e, além da camuflagem, se defende abrindo as asas e apresentando dois grandes "falsos olhos". 


A espécie mais comum é Fulgora laternaria.

Fontes:

http://www.lutzhoepner.de/uebersetzen/jequitiranaboia.pdf

https://en.wikipedia.org/wiki/Fulgora_laternaria

sexta-feira, 10 de junho de 2016

chifre-de-ouro

chifre-de-ouro (Heliactin bilophus)

Classe: Aves
Ordem: Apodiformes
Família: Trochilidae

Beija-flor espetacular. Inconfundível pela longa cauda, cabeça enegrecida contrastando com o colorido topete, em forma de “chifre” bipartido. A fêmea é mais pálida do que o macho e não possui o par de “chifres”. Pequenino, pesando cerca de 2 g e medindo 8 cm.

Habita áreas de cerrado, cerradões, caaatinga e regiões serranas e de chapadas.  Ocorre do Maranhão a São Paulo, Tocantins ao Mato Grosso e Rondônia, Acre e Bolívia. Uma população disjunta ocorre no Amapá e Suriname.

Assim como outros beija-flores, sua alimentação é à base de néctar, preferindo pequenas flores, mas também insetos, um suporte proteico à sua dieta.

É considerada fora de perigo.

Fotografia tirada na área rural de Cavalcante, Goiás. Um sonho poder ver e fotografar a espécie.

Fontes:

Ornitologia Brasileira – Helmut Sick

quinta-feira, 9 de junho de 2016

macaco-aranha

macaco-aranha (Ateles paniscus)
        
Classe : Mammalia
Ordem: Primatas
Família: Cebidae

Impressionante macaco. Quando o vi, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã (região da comunidade Livramento), fiquei pasmo com o seu tamanho.  Embora não seja o maior dos primatas sul-americanos (entre 7 e 14 kg e 90 a 150 cm) pareceu muito grande, especialmente com seus braços e pernas abertos.

Muito ágil, possui cauda preênsil, o que o ajuda muito nos pulos e movimentos no alto das árvores, onde se encontra mais. Habita áreas bem preservadas, evitando a borda das matas. O indivíduo da foto estava próximo ao dossel de uma floresta de terra firme.

Ocorre ao norte do rio Amazonas, a leste dos rios Negro e Branco. No Brasil, encontra-se no Amazonas, Amapá, Pará e Roraima até a Guiana Francesa, Guiana e Suriname.

É basicamente frugívora, se alimentando das partes macias dos frutos. Também consome uma diversa variedade de partes das plantas, como flores, cascas de árvores, sementes e, ocasionalmente, artrópodes. Se alimenta dos frutos inteiros, se tornando um importante dispersor de sementes.

Vive em grupos de 20 a 30 indivíduos, mas costumam se movimentar e se alimentar em grupos menores, podendo, inclusive, viajar sozinhos. A área de uso da espécie pode exceder os 3,3 km2. Não costuma se associar a outros primatas. 

A fêmea dá à luz a apenas um filhote, após uma gestação de, cerca de, 230 dias. Os filhotes nascem entre novembro e janeiro. A maturidade sexual é em torno dos 4 a 5 anos de idade.

A espécie é considerada vulnerável e a população está em declínio.

Fontes:

www.iucnredlist.org

Mammals of the Neotropics – John F. Eisenberg & Kent H. Redford


quarta-feira, 8 de junho de 2016

periquito-de-encontro-amarelo

periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri)

Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae

Os nomes populares variam de região para região, por isso essa espécie também é conhecida como periquito-de-asa-amarela e periquito-estrela.

Possui cerca de 23 cm. De plumagem predominantemente verde com a parte superior das asas amareladas.
Ocorre em grande parte do Brasil, da região sul à região nordeste e, mais ao norte, no Pará e sul do Amazonas. Fora do país, ocorre do Uruguai ao Peru.

Assim como quase todos os psitacídeos (à exceção da caturrita), faz ninhos em cavidades, tanto naturais como artificiais. Os ovos eclodem após, aproximadamente, 25 dias e em 8 semanas os filhotes abandonam o ninho.

Habitam áreas de cerrado, matas de galeria e ciliar e campos. Também é encontrado nas cidades e pode estar sendo beneficiada com o crescimento das áreas urbanas.

Não está ameaçada de extinção.

A foto foi tirada na região rural da cidade de Cavalcante, Goiás.

Fontes:

Ornitologia Brasileira – Helmut Sick