sexta-feira, 30 de março de 2012

Arari



arari (Chalceus erythrurus)


Classe: Actinopterygii


Ordem: Cypriniformes


Família: Alestidae





Para alguns autores a família Alestidae é parte da família Characidae. São 110 espécies, sendo a grande maioria encontrada na África. O gênero Chalceus é o único da família que ocorre no continente americano e são 5 espécies desse gênero, todas encontradas na Bacia Amazônica. C. erythrurus ocorre no rio Amazonas/Solimões até o rio Ucayali no Peru.
Chega a medir até 21 cm, comum na Reserva de Desenvovimento Sustentável Mamirauá. Ocorre em rios, canos e igarapés de água branca em áreas com fundo lamoso e com folhiço. Durante a época de seca é muito fácil de observá-la próxima à superfície da água. Se alimentam de pequenos insetos e outros invertebrados diminutos.


É comercializado como peixe ornamental, contudo não é muito procurado.


Fontes:


Peixes ornamentais do Amanã – Alexandre Hercos, Helder Queiróz e Henrique Lazzarotto


www.fishbase.org


quarta-feira, 14 de março de 2012

gavião-caboclo - gavião-fumaça


gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis)

Classe: Aves
Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae

Essa vai pro meu amigo Zapa, pra ele nunca confundir o gavião-panema (do post de ontem) com o caboclo!
O nome caboclo vem da sua cor amarronzada e fumaça porque é uma ave que costuma seguir queimadas para capturar os animais que fogem desesperados do fogo. Já observei alguns indivíduos fazendo isso no Pantanal.
Se alimenta de cobras, lagartos, sapos, insetos, caraguejos e pequenos mamíferos. Assim como o gavião preto (Buteogallus urubitinga), rouba peixes de garças e tuiuiús em vôo.
Paira em correntes térmicas aos pares ou em grupos de até 100 indivíduos.
A repodução é entre julho e novembro. Deposita normalmente 1 ovo em ninhos construídos em árvores baixas ou palmeiras.
Habita cerrados, caatingas, campos sujos, savanas de cupim, pastos, plantações, buritizais, pantanais, banhados, manguezais, matas de galeria e ciliares, matas secas e matas ripárias. Não costuma frequentar áreas florestadas.
Ocorre do Uruguai à Costa Rica e em grande parte do Brasil. Também está presente em Trinidad & Tobago.
É considerada uma espécie fora de perigo.
Fotos: as duas primeiras foram tiradas no pantanal sul-matogrossense, região do municípiio de Corumbá/MS. A da direita foi na Fazenda Xaraés e a da esquerda na fazenda vizinha, a Nossa Senhora de Fátima. A última foto foi uma surpresa pra mim, pois foi no meio da floresta amazônica, na região do Lago dos Reis no município de Manaus/AM (estou com um pouco de dúvida e nçao consegui descobrir o lugar exato), já nas margens do rio Amazonas.
Fontes:

www.wikiaves.com.br
www.iucnredlist.org

Aves do Brasil - Tomas Sigrist

terça-feira, 13 de março de 2012

gavião-panema - gavião-belo


gavião-panema (Busarellus nigricollis)

Classe: Aves
Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae

Conhecido em boa parte do Brasil como gavião-belo ou gavião-velho, na Amazônia é chamado de panema em alusão ao termo "panema" que significa algo como azarado. Os caboclos, observando esse gavião pescar, notam que ele precisa de muitas chances para conseguir pegar um peixe, daí o nome. Nada consta sobre isso na literatura científica.
É um gavião de médio porte, cuja alimentação se baseia principalmente de peixes, mas também de insetos, moluscos e pequenos vertebrados, inclusive jacarés.
Constrói um ninho de gravetos em árvores abertas e não muito altas (obs. pess.) e deposita apenas 1 ovo branco-acinzentado com manchas marrons. O imaturo possui a cabeça um pouco manchada de preto.
Habita áreas úmidas, como brejos, banhados, pantanais, mangues, matas de galeria,
buritizais, alagados, rios, lagoas e represas.
Ocorre do Uruguai ao México central e em praticamente todo o Brasil. Ave muito comum na região do Pantanal, praticamente garantida sua observação, o mesmo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Está fora de perigo de extinção.
As duas fotos do lado direito foram tiradas na Fazenda Nossa Senhora do Carmo, propriedade da Pousada Xaraés, município de Corumbá/MS, região do pantanal sul-matogrossense. As fotos da esquerda são da RDS Mamirauá, na "ressaca da Boca", empoleiradas em embaúbas (Cecropia sp.).

Fontes:

www.wikiaves.com.br
www.iucnredlist.org

Aves do Brasil - Tomas Sigrist

domingo, 11 de março de 2012

ema



ema (Rhea americana)

Classe: Aves
Ordem: Struthioniformes
Família: Rheidae

A maior ave brasileira (envergadura: 2m; altura: 1,5m; peso:30-40kg), muito semelhante aos avestruzes (Struthio camelus) da África e aos emus (Dromaius sp.) da Austrália. As 3 espécies são chamadas de ratitas, que não podem voar, e tem suas origens ainda no grande continente do hemisfério sul, a Gondwana. Com a separação da Gondwana em continentes menores, o ancestral das ratitas se modificou em cada lugar, dando origem a essas aves, muito semelhantes, porém com claras diferenças. Correm muito rápido, chegando a 60km/h.
É uma espécie onívora, se alimentando de uma ampla gama de coisas, como sementes, folhas, frutos, pequenos vertebrados, invertebrados. Consta que a ema come pedrinhas e coquinhos, que a ajuda na trituração dos alimentos. É uma ave dispersora de sementes.
A época de reprodução se inicia em meados de outubro. O macho copula com 5, 6 fêmeas e é ele quem faz o ninho. Ao todo são depositados pelas fêmeas entre 10 a 20 ovos que são incubados, entre 38 a 42 dias, pelos machos. Após a eclosão, os ovos exalam um odor muito forte. Esse cheiro atrai muitas moscas que são, junto com suas larvas, comidas pelos filhotes. Há cuidado parental, feito pelo pai, que dura por volta de 6 meses. A ema vive por até 40 anos.
Muitos animais podem predar os ovos e os filhotes, dentre eles lagartos, canídeos, felídeos e aves como gaviões.
Habita campos limpos e sujos, pastagens, pampas, chaco, Pantanal e cerrado, mas sempre longe de grandes adensamentos populacionais humanos. Ocorre da Argentina à Bolívia, Uruguai, Paraguai e no Brasil no Sudeste e Sul, partes do Centro-Oeste e Nordeste.
É considerada um animal quase ameaçado, mas com as populações diminuindo.
As duas fotos foram tiradas na Fazenda Nossa Senhora do Carmo, propriedade da Pousada Xaraés, região de Corumbá/MS, Pantanal sul-matogrossense. A primeira é um adulto e a segunda filhotes.

Fontes:

www.iucnredlist.org
www.wikiaves.com.br
www.zoologico.sp.gov.br

domingo, 4 de março de 2012

iguana


iguana (Iguana iguana)

Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Iguanidae

Iguanas são lagartos grandes, chegando até 1,5m. Os indivíduos jovens são mais verdes e claros do que os adultos, que possuem uma coloração tendendo mais para o acinzentado.
São animais diurnos e é muito comum observá-las se aquecendo ao sol nos barrancos dos rios ou em arbustos e árvores. É estritamente herbívoro, se alimentando de folhas e flores, mas já ouve ocorrências de iguanas se alimentando de carniça. A digestão das folhas é facilitada pois possuem microorganismos no trato digestivo que ajudam a digerir celulose.
Deposita entre 9-71 ovos. Precisam de temperaturas mais altas para a incubação dos ovos, por isso desovam em clareiras ou praias em ninhos que se localizam alguns centímetros abaixo do solo.
Podem ser predados por aves grandes e mamíferos como quatis (Nasua nasua), alguns felídeos e cobras.
Vivem em ambientes próximos à água, como beira de lagos e rios. Ocorre do México, incluindo parte das Antilhas, ao Paraguai e Brasil.
Fotos: à exceção da primeira foto da esquerda, que foi tirada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas, as outras quatro são da região do Pantanal sul-matogrossense, município de Corumbá, Mato Grosso do Sul.

Fontes:

Guia de lagartos da Reserva Florestal Adolpho Ducke, Amazônia Central. - Laurie Vitt, William Magnunson, Teresa Cristina Ávila Pires e Albertina Pimentel Lima.

sábado, 3 de março de 2012

preguiça-bentinho



preguiça-bentinho (Bradypus variegatus)

Classe: Mammalia
Ordem: Xenarthra
Família: Bradypodidae

Os xenarthra são um grupo cuja evolução se deu na América do Sul e sua distribuição para as Américas Central e do Norte aconteceu apenas após a união desses continentes pelo Istmo do Panamá a cerca de 3 milhões de anos atrás.
A preguiça-bentinho pesa cerca de 4,3kg. Há dimorfismo sexual, e o macho possui uma mancha alaranjada nas costas e a fêmea não. A gestação dura entre 120 a 180 dias e os filhotes são dependentes da mãe por cerca de 6 meses, mas após o primeiro mês já se alimenta sozinho.
Se alimentam de folhas e flores e entre as árvores preferidas estão a embaúba (Cecropia sp.), figueiras (Ficus sp.) e a munguba (Pseudobombax munguba), esta última muito comum na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Seu metabolismo é bem peculiar, muito lento – cerca de 25% mais lento relativamente ao seu peso -, a digestão é tão devagar que pode levar até 250h para atravessar o complexo digestivo e a preguiça defeca apenas 1 vez por semana e sempre desce ao chão para fazer. Pouco se sabe a respeito da razão comportamento, uma vez que quando está no chão a preguiça fica muito vulnerável a predadores. Falando em predadores, gavião-real (Harpia harpija) e a onça-pintada (Panthera onca) são suas maiores ameaças. Sua melhor defesa é a camuflagem. Pode ficar muito tempo parada na mesma posição e em seus pêlos crescem algas, que ajudam a deixá-la ainda mais críptica.
Preguiças são ativas durante o dia e a noite. Outra coisa curiosa sobre esse animal é que seu ciclo circadiano não é sincronizado com as 24h diárias, como é conosco, mas dura cerca de 27h. Hélder Queiróz, pesquisador e diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, sugere que auxilia o animal a utilizar mais eficientemente uma pequena área.
Possuem territórios de cerca de 2ha. Habitam tanto o interior da floresta quanto a borda, mas na várzea tem preferência pelos chavascais, áreas mais baixas que ficam alagadas por mais tempo. Na RDSM é comum vê-las principalmente entre os meses maio a julho, durante a época de cheia, quando migram para as mungubas que estão florindo na beira dos canos, paranás e rios.
Ocorre em partes do sudeste, nordeste e centro-oeste do Brasil, além de grande porção da região Amazônica. Também é encontrada da Bolívia ao Equador e Venezuela até Honduras. Está fora do perigo de extinção.
Todas as fotos foram tiradas na RDSM. A terceira foto é um macho, a primeira da direita a mãe e um filhote em uma munguba e a última é o filhote comendo o botão da flor de munguba.

Fontes:
Mamirauá. A guide to the natural history of the amazon flooded Forest. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Mammals of the neotropics – John F. Eisenberg e Kent H. Redford
A grande história da evolução – Richard Dawkins
www.iucnredlist.org