quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dryas iulia


Dryas iulia

Classe: insecta
Ordem: lepidoptera
Família: nymphalidae

Espécie do Neotrópico, ocorre do sul dos Estados Unidos até o Uruguai e norte da Argentina, incluindo as Antilhas.
Habita preferencialmente locais perturbados, como clareiras, bordas de mata e matas secundárias. O indivíduo da foto estava na canoa motorizada da Pousada Uacari, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, quando navegavámos pelo canal do Apara.
O trabalho de Paim, A.C. mostra certo dimorfismo sexual, sendo os machos maiores do que as fêmeas. Os indivíduos maiores tem maior autonomia de vôo, percorrem maiores distâncias e assume-se que sejam mais hábeis na polinização das flores e podem ter maior capacidade para escapar de predadores.
Quando adulto se alimenta de néctar das flores e até de secreções produzidas por jacarés e suas larvas preferencialmente de passifloráceas, a família do maracujá.
Essa espécie parece ser impalatável para as aves.
Agradeço à professora Rosemary Vieira, da entomologia do Inpa, que identificou a foto para mim.

Fontes:

Paim, A.C.Polimorfismo enzimático e variação morfológica em uma população natural de Dryas iulia (Fabr. 1775) (Lepidoptera; Nymphalidae) 1995. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Biociências, Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular.

Paim, A.C., Kaminski L. A., Moreira G. R. P. Morfologia externa dos estágios imaturos de heliconíneos neotropicais: IV. Dryas iulia alcionea (Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconiinae). Iheringia, Sér. Zool. vol.94 no.1 Porto Alegre Mar. 2004

http://borboletasbr.blogspot.com/2011/01/um-pouco-sobre-dryas-iulia.html
http://tolweb.org/Dryas_iulia/70435
http://en.wikipedia.org/wiki/Dryas_iulia

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Iratauá-pequeno




Iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus)

Classe: aves
Ordem: passeriformes
Família: icteridae

Essa lindíssima ave pertence à mesma família dos não menos belos japiins e japós. Espécie amazônica, ocorre ao longo do complexo Solimões-Amazonas, desde o sopé dos Andes até a foz. Ocorre também do Amapá à Colômbia e localizado na fronteira de Roraima com a Guiana.
Habita beira de rios e lagos, pântanos, áreas de várzea, áreas úmidas em geral e brejos. Todas as fotos foram tiradas próximo à Pousada Uacari, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, enquanto os animais "navegavam"junto à vegetação flutuante pelo cano do lago Mamirauá.
Provavelmente possuem hábitos alimentares semelhantes à outras espécies da família consistindo numa dieta onívora. Já observei (como na foto) esses animais comendo sementes de capim flutuante.
Seu ninho é uma cestinha aberta e tanto machos quanto fêmeas participam da construção dele.
O macho (última foto) é preto com o pescoço e cabeça amarelos brilhantes e a fêmea (primeira foto) olivácea, de cabeça também amarelada, porém mais clara. O indivíduo junto à fêmea na terceira foto é um macho sub-adulto.
Vivem em bandos.
A espécie se encontra fora de perigo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
Aves do Brasil - Tomas Sigrist
www.iucnredlist.org






Foto ganhadora da seção "Primeiras fotos" do Avistar 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dendropsophus leucophyllatus


Dendropsophus leucophyllatus

Classe: anphibia
Ordem: anura
Família: hylidae

Antiga Hyla leucophyllata.
Espécie amazônica, ocorre no oeste do estado do Amazonas, nas bacias do rio Negro e rio Solimões e do norte da Bolívia ao Equador e Colômbia, na divisa com o Brasil. Ambas as fotos foram tiradas dentro da Pousada Uacari, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Possui hábitos noturnos e arborícolas, utilizando o sub-bosque de florestas primárias e secundárias, florestas alagáveis e bordas de mata.
Os ovos são depositados fora da água e os girinos se desenvolvem em pequenas poças de água.
Não há muita informação a respeito dessa espécie, mas os indivíduos que observei costumavam ficar perto da luz à procura dos insetos que caíam no chão ou na mesa embaixo das lâmpadas.
Existem duas formas apresentadas pela espécie, ambas mostradas nas duas fotos, mas infelizmente não consegui obter informações sobre isso.

Fontes:

www.iucnredlist.org
www.anphibiaweb.org

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mutum-de-penacho


Mutum-de-penacho (Crax fasciolata)

Classe: aves
Ordem: galliformes
Família: cracidae

Talvez o mutum mais comum no Brasil, Crax fasciolata é típica do Brasil Central, ocorrendo do norte da Argentina, regiões do Chaco e Corrientes, Paraguai até o norte da Bolívia e leste do Pará e Maranhão. Também vive no interior de São Paulo e de Minas Gerais.
Habita cerrados, campos limpos, buritizais, plantações, matas de galeria e fazendas. Ambas as fotos foram tiradas na Pousada Xaraés, Pantanal sul-matogrossense, Corumbá. O indivíduo da foto da direita sempre circulava pelo gramado da pousada, parecendo não se importar muito com a presença humana. A foto do casal da foto da direita estava na mata ciliar do rio Abobral.
O macho é preto com a barriga branca e a fêmea possui a barriga amarelada e as partes superiores carijó. Possui entre 77-80cm e entre 2,2-2,8kg.
Se alimenta preferencialmente de frutos, mas come flores também.
Dorme e nidifica em árvores e coloca 2 a 3 ovos de coloraçào amarelada. O período de incubação é de cerca de 30 dias e os filhotes acompanham os pais por bastante tempo, mas quando emancipam os pais os expulsam de seu território.
Os mutuns são considerados uma ótima carne de caça (independente da espécie até onde eu sei), portanto a grande ameaça a essa e outras espécies é a caça indiscriminada. Contudo é considerada ainda fora de perigo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
Aves do Brasil - Tomas Sigrist
Iconografia das Aves do Brasil, volume 1 bioma Cerrado - Tomas Sigrist
www.iucnredlist.org

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cervo-do-pantanal


Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus)

Classe: mammalia
Ordem: cetartiodactyla
Família: cervidae

Maior cervídeo da América do Sul é considerado ameaçado pela IUCN devido a grande perda de habitat e as populações continuam declinando. As principais ameaças são a conversão da vegetação em pastos e plantanções, as construçõs de usinas hidroelétricas e um pouco de atividades de caça.
Ocorre em algumas partes da América do Sul, principalmente a região do Pantanal brasileiro, boliviano e paraguaio. Consta que ocorre também no cerrado brasileiro, divisa amazônica do Peru e Bolívia, fronteira entre a Bolívia e Rondônia, região onde o rio da Prata deságua no oceano Atlântico e espalhado em poucas áreas do sul e sudeste do Brasil. Foi extinto no Uruguai.
Habita preferencialmente áreas inundáveis, como brejos, pântanos e beira de rios e lagos, sempre com alguma vegetação. As 3 fotos foram tiradas em regiões alagadiças, os chamados pirizais do Pantanal.
Costuma ser ativo ao longo do dia todo e é visto geralmente sozinho.
Se alimenta de plantas, como aguapés e capim, mas também come raízes e alguns frutos.
Aparentemente a reprodução ocorre ao longo do ano todo, mas a maior parte dos nascimentos é entre maio a setembro. A gestação dura cerca de 270 e o filhote vive cerca de 1 ano dependente da mãe.





As fotos 1 e 3 são dois machos adultos e a 2 é um jovem. Foram tiradas na Fazenda Nossa Senhora do Carmo, região de Corumbá/MS.

Fontes:

Mammals of the Neotropics, volume 3 - John F. Eisenberg e Kent H. Redford
www.iucnredlist.org

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Rolinha-caldo-de-feijão


Rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti)

Classe: aves
Ordem: columbiformes
Família: columbidae

Ave das mais comuns no país, talvez a rolinha mais conhecida.
Ocorre do norte da Argentina ao México e em todo o Brasil. Não vive a oeste dos Andes. Também é encontrada nas Antilhas Holandesas, Aruba, Trinidad e Tobago e muito localmente no sul dos EUA.
Habita paisagens abertas e semiabertas, como plantações, bordas de mata, brejos e cidades.
Costuma alimentar-se no solo e assim como as outras pombas é granívora e frugívora.
Nidifica no solo e coloca 2 ovos brancos. A incubação dura 12 ou 13 dias. Podem reproduzir durante o ano todo. Os filhotes permanecem no ninho e são alimentados com "leite de papo" uma massa composta pelo epitélio digestivo do papo rico principalmente em gordura, mas com alto teor de proteínas também.
Está fora de perigo.
Esta foto foi tirada no Jardim Botânico de São Paulo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
Complete Birds of North America - National Geographic
www.iucnredlist.org

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Jacaré-açu - Mais fotos

Mais algumas fotos de jacaré-açu (Melanosuchus niger) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

As quatro primeiras fotos foram tiradas na seca de 2009, dentro do lago Mamirauá.
As duas últimas são na área ao redor da Pousada Uacari.






quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mocó


Mocó (Kerodon rupestris)

Classe: mammalia
Ordem: rodentia
Família: caviidae

Roedor de médio porte chega a pesar por volta de 1 kg. Como os outros membros da família possui a cauda muito reduzida.
Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo na região Nordeste e uma parte de Minas Gerais. Vai do sudeste do Maranhão, Ceará e todos os outros estados da região, porém não é encontrado no litoral leste. Típico da caatinga. Habita locais secos, montanhosos com vegetação xerofítica, como as duas fotos mostradas, tiradas na trilha Desfiladeiro da Capivara, no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí. São ótimos escaladores.
Se alimenta de folhas.
A gestação dura aproximadamente 75 dias e dá à luz a 1 ou 2 filhotes e pode procriar até 3 vezes por ano.
É muito comum no Parna Serra da Capivara e vemos sempre amontoados de fezes desses animais próximos às cavidades das serras e maciços, onde eles se refugiam.
É considerado fora de perigo, mas é caçado pelas populações locais.

Fontes:Link

Mammals of the Neotropics - Enseinberg & Redford
www.iucnredlist.org

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tuiuiú

Tuiuiú (Jabiru mycteria)

Classe: aves
Ordem: ciconiiformes
Família: ciconiidae

Belíssimo animal é a maior ave voadora do Brasil. Possui mais de 1 metro de altura, envergadura de aproximadamente 2,5m e chega a pesar 8kg.
A cabeça e o pescoço são nus e o colar vermelho é uma região altamente irrigada por vasos sanguíneos que altera de tonalidade dependendo do grau de excitação ao atividade do animal.
Por vezes observamos grandes bandos desses animais, especialmente na época de vazante e seca no Pantanal, momento esse em que os peixes estão aprisionados em poças rasas, sendo alvo fácil de predadores como tuiuiús, outras cegonhas e garças. Normalmente esse fenômeno dura poucos dias, pois as aves acabam com todo o recurso e movem-se para outro local.
O tuiuiú se alimenta preferivelmente de peixes, destaque para o muçum (Synbranchus sp.), pequenos jacarés, cobras, anuros e alguns invertebrados.
Nidifica em árvores altas, como as piúvas (Tabebuia sp) no Pantanal. A segunda e a terceira fotos mostram dois ninhos na região do Abobral, Corumbá/MS. O tuiuiú ás vezes utiliza o mesmo ninho em cada período de reprodução, aumentando com galhos sempre. Encontramos ninhos de caturrita (Myiopsitt monachus) associados aos de J. mycteria. O casal cuida de 2 a 3 filhotes.
A última foto é um filhote que achei no chão, após um forte temporal ter derrubado o ninho inteiro. Criei o animal por cerca de 3 meses, quando já possuía o "colar" avermelhado. Depois disso o pessoal da Pousada Xaraés terminou de cuidar até ele ficar independente.
Não costumam produzir nenhum som à exceção do bater de bicos.
Fazem termorregulação urinando nas pernas o que provoca um refrescar imediato com a evaporação da urina.


Habita margens de rios (como a terceira foto, tirada no arquipélago de Mariaú - o maior arquipélago fluvial do mundo - rio Negro, Barcelos/AM), lagos, campos úmidos e áreas abertas. Ocorre do México à Argentina, por quase todo o Brasil, excetuando-se parte dasa regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Aparece como visitante no Panamá, Granada, Uruguai, EUA e Trinidad e Togabo.
É considerada uma espécie fora de perigo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.iucnredlist.org
www.fishbase.org

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Bufo granulosus


Bufo granulosus

Classe: anfíbios
Ordem: anura
Família: bufonidae

As fotos foram tiradas na Reserva Adolpho Ducke, Manaus/AM, quando os animais se encontravam dentro de recipientes cheios de água no meio do gramado. Havia aproximadamente uns 5 indivíduos no mesmo local, sendo que uns 3 vocalizavam. Essa espécie é muito comum na região do alojamento da Reserva.
Ocorre em praticamente todo o Brasil, norte da Argentina, Paraguai, leste e norte da Bolívia, Guianas, Suriname, Venezuela, partes da Colômbia e Panamá.
Habita áreas abertas, matas de galeria, cerrados e florestas.
As fêmeas são um pouco maiores que os machos (80-90 mm e 60-70 mm respectivamente) e as glândulas paratóides, situadas atrás dos olhos, não são muito evidentes.
Possuem hábitos terrestres e noturnos e durante o dia costumam se esconder em buracos no solo. Se reproduzem em poças e pelo ano todo, mas preferencialmente na estação chuvosa. Depositam cerca de 1000 ovos e o tempo de desenvolvimento dos girinos é de aproximadamente 1 mês.
Se alimentam de insetos, como formigas e cupins.
Está fora de perigo.

Fontes:

Guia de Sapos da Reserva Florestal Adolpho Ducke, Amazônia Central - Albertina P. Lima, William E. Magnunson, Marcelo Menin, Luciana K. Erdtmann, Domingos J. Rodrigues, Claudia Keller e Walter Hödl - Inpa

www.iucnredlist.org

domingo, 11 de dezembro de 2011

Papa-formigas-vermelho


Papa-formigas-vermelho (Formicivora rufa)

Classe: aves
Ordem: passeriformes
Família: thamnophilidae

Ave da família de aves insetívoras em que muitas espécies costumam seguir formigas-de-correição (daí os nomes "papa-formigas", "formigueiros") à procura dos animais que são espantados por esses insetos, principalmente invertebrados.
F.rufa é bem inquieta, fica sempre pulando nos galhos e muitas vezes escondido por entre as ramagens, mas é uma espécie que habita bordas de mata, evitando o interior de matas mais altas. Ambas as fotos foram tiradas na beira do rio Abobral, pantanal sul-matogrossense, Pousada Xaraés, região de Corumbá/MS. Os 2 indivíduos estavam em um arbusto isolado.
Apresenta dimorfismo sexual (fêmea foto da esquerda e macho da direita). Ambos os pais cuidam na construção do ninho e do cuidado com a prole. Em outras espécies da família a incubação varia de 14 a18 dias e os filhotes deixam os ninhos entre 9 a 18 dias.
Ocorre na Bolívia, Paraguai, Peru, Suriname e no Brasil em regiões campestres da Amazônia, Nordeste e do Centro-oeste até o Rio de Janeiro e Paraná.
E espécie é considerada fora de perigo.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.wikiaves.com.br
www.iucnredlist.org