sábado, 26 de dezembro de 2015

cobra-cipó

cobra-cipó (Leptophis ahaetulla)

Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Colubridae

Agora um diferente ponto de vista em relação ao post de ontem. A foto é da mesma sequência, mas agora a presa (perereca-touro) já está sem defesa nenhuma. Foram alguns poucos minutos observando o ataque da cobra-cipó, até ela terminar sua refeição.
L. ahaetulla é a espécie com maior distribuição do gênero, ocorrendo do México até grande parte da América do Sul, incluindo Trinidad e Tobago.
São animais especializados em se alimentar de anfíbios, especialmente anuros da família Hylidae. A foto evidencia um caso dessa especialização. Além disso também se alimenta de ovos de anuros, insetos, lagartos aves e seus ovos.
Vivem em uma grande variedade de habitats, que vai desde florestas e suas bordas, até áreas abertas como pastagens, cerrados e áreas com grande modificações antrópicas.
São diurnas e semi-arbóreas. Forrageiam ativamente no chão. É uma serpente ovípara, ou seja, deposita ovos.
Não é um problema para os humanos, pelo menos em relação ao seu veneno. Produz pouca peçonha, de difícil inoculação nas pessoas. De qualquer modo, nunca se deve manusear as cobras.

Fontes:

Revisão taxonômica das subespécies de Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) (Serpentes, Colubridae) - Nelson Rufino de Albuquerque
https://sta.uwi.edu/fst/lifesciences/documents/Leptophis_ahaetulla.pdf


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

perereca-touro

perereca-touro (Osteocephalus taurinus)



Classe: Anphibia
Ordem: Anura
Família: Hylidae

Espécie cuja fêmea é maior do que o macho (90-101 mm x 71-92 mm, respectivamente). Fêmeas possuem o dorso liso e os machos o dorso granuloso.
Ocorre na Bacia Amazônica, em ambas as Guianas e no Suriname. Também ocorre em áreas de cerrado no Maranhão e Mato Grosso.
Habitam florestas tropicais/equatoriais primárias e secundárias e matas de galeria no cerrado. Não vivem acima dos 1250 metros de altitude. São arborícolas e noturnos. Podem se empoleirar em até 40 metros de altura nas árvores, mas também sentados na beira de poços d'água.
Se reproduzem no ano todo, mas, preferencialmente, durante o início da época de chuvas. Durante esse período, grupos vocalizam próximos a corpos d'água. Depositam cerca de 2000 ovos, diretamente na água.
O. taurinus emitem cantos de agonia, quando atacados por um predador. Falando nisso, foi esse canto que nos chamou a atenção (Barthira e eu) durante uma pausa em uma caminhada. Fomos checar e vimos a cobra abocanhando esse indivíduo. Isso ocorreu no ramal 007, da Estrada da Emade, em Tefé.
Considerado fora de perigo de extinção.
O canto da espécie pode ser acessado aqui: https://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files//Osteocephalus%20taurinus%20WAVE.wav

Fontes:

Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke - Albertina P. Lima, William Magnusson, Marcelo Menin, Luciana Erdtmann, Domingos Rodrigues, Claudia Keller e Walter Hodl.
http://www.iucnredlist.org/

terça-feira, 20 de outubro de 2015

pavó

pavó (Pyroderus scutatus)

Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Cotingidae

Mais um cotingídeo para o blog, mas agora um representante da Mata Atlântica brasileira. E não é apenas mais um cotingídeo, mas sim o maior do Brasil, de fora da Amazônia (46 centímetros o macho e 39 cm a fêmea). Preto, com distinta garganta vermelha.
Seu canto se assemelha a um mugido baixo e profundo, lembrando também o som dos mutuns. Ao mugir, a ave sacode a cabeça e infla o saco gular, agitando-o para os lados na sequência. Depois, se levanta, evidenciando o saco gular vermelho e inflado e solta o seu som, com o bico fechado. A cerimônia é realizada em grupos, que podem chegar a 10 indivíduos.
Assim como outras espécies da família, se alimentam preferencialmente de frutas, mas podem complementar sua dieta com insetos e larvas. Assim como vemos na foto, o pavó também pode capturar pequenos vertebrados, como esse lagarto.
Habita matas altas, florestas subtropicais, florestas úmidas de montanha e baixas (essa foto foi tirada em um pequeno morro no Parque Barigui, em Curitiba). Ocorre do sul da Bahia ao norte do Rio Grande do Sul, Goiás central ao Paraguai. Está presente no norte da América do Sul, nas montanhas do Peru, Equador, Colômbia e Venezuela e Guiana.
É utilizada como alimento para populações humanas.
Está fora de perigo de extinção, mas sua população está em declínio.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
http://www.birdlife.org/datazone/species/factsheet/22700928/additional
 

sábado, 12 de setembro de 2015

iraúna-velada

iraúna-velada (Lampropsar tanagrinus)

Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Icteridae

Não há muita informação sobre espécie. Toda negra, com cauda comprida e cerca de 23 centímetros. Ocorre em parte da Amazônia brasileira (Amazonas, Rondônia, Acre e Mato Grosso), Bolívia, Peru e Equador e outra população, disjunta, na Venezuela e Guiana. Sua área de distribuição é de, aproximadamente, 2.420.000 km2. Sempre ligado aos cursos d'água.
Provavelmente como outras espécies da família, possui uma alimentação diversificada entre frutos e insetos. Na foto, o indivíduo de L. tanagrinus está com uma lagarta no bico.
Vive em bandos. Esse indivíduo estava junto com, mais ou menos, outros 5 indivíduos, na trilha do Rato, na RDS Mamirauá.
Não é endêmica de nenhum país e nem é migrante.
A espécie está fora de perigo de extinção e sua população é considerada estável.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.birdlife.com

sábado, 8 de agosto de 2015

anambé-una

Anambé-una (Querula purpurata)

Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Cotingidae

Belíssima aves amazônica, de cor preta e garganta roxa. A primeira vez que vi essa espécie foi na trilha do Rato, na RDS Mamirauá, na companhia do Raimundo, meu amigo e supervisor dos guias locais da Pousada Uacari. Assobiando, ele conseguiu atraí-la para perto de nós, ainda assim, na copa da árvore. Depois tive o privilégio de ver mais algumas vezes. A foto foi tirada na mesma trilha do Rato, mas na época de cheia, portanto, muito mais próximo da copa.
Seu nome significa "pássaro barulhento (melancólico) roxo". Vem do latim, em que, querula significa barulhento / melancólico e purpurata, significa, roxo.
Andam aos casais ou pequenos grupos, habitando a mata alta. Se alimenta de frutos e insetos.
Os machos se associam em em grupos, exibindo-se e cantando em "arenas".
Ocorre no Brasil, norte da Bolívia à Colômbia, Venezuela à Guiana Francesa e, do outro lado dos Andes, do Equador a Costa Rica.
Está fora de perigo de extinção, mas a destruição de seu habitat é uma grande ameaça à espécie.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.wikiaves.com.br
www.iucnredlist.org

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ranitomeya cf ventrimaculata

Ranitomeya cf ventrimaculata

Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Dendrobatidae

Um dos animais que estava na minha lista, pra ver algum dia, era algum dendrobatídeo. Depois de alguns anos na Amazônia, consegui. Não fui eu quem achou, mas o amigo Marco Lopes que, despretensiosamente, o viu na pia da cozinha, no Instituto Mamirauá, em Tefé.
Linda espécie, preta, com listras amarelas nas costas e verde-clara nas pernas.
Ocorre da Guiana Francesa ao Equador, Colômbia e Peru e nos estados do Amapá e Pará ao oeste da Amazônia, incluindo norte de Rondônia, Amazonas e Acre, abaixo dos 400 metros de altitude.
Espécies de hábitos diurnos, vive em florestas tropicais, em árvores, mas também na serrapilheira, onde se alimenta e em troncos caídos. Os ovos são depositados no chão e os girinos são transportados para a água das bromélias. Ocorre em baixas densidades.
Está fora de perigo de extinção, mas sofre com a ameaça de desmatamento, fogo, adensamento populacional e outras ameaças ligadas à destruição das florestas.

Fontes:

http://www.iucnredlist.org/details/55208/0
http://www.dendrobates.org/ventrimaculata.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

japacanim

japacanim (Donacobius atricapillus)

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Família: Donacobiidae

Ave típica de ambientes paludícolas, possui bela plumagem preta e amarela e cantoria fácil de se identificar.
Na época em que Helmut Sick escreveu Ornitologia Brasileira, o japacanim fazia parte da família Troglodytidae, a mesma das corruíras e uirapurus. A partir de 2006 foi proposta a nova família, Donabobiidae.
Habitam áreas com tabocas e juncos, brejos, ilhas fluviais, manguezais, áreas alagadas, buritizais, pantanais e áreas antrópicas. Fácil de se observar na beira da mata, embora, muitas vezes, ficam embrenhados no mato alto. É encontrado em altitudes com, no máximo, 1.600 metros.
Se alimenta de artrópodes.
Ocorre do Panamá à Bolivia e a Argentina e em quase todas as regiões do Brasil, exceto o extremo sul e parte do nordeste. Estima-se que a área de distribuição da espécie seja, em torno, de 8.630.000 km2. 
D. atricapillus está fora de perigo de extinção.
Ambas as fotos foram tiradas na RDS Mamirauá. à direita, um indivíduo em um bloco de vegetação flutuante e, à esquerda, um casal na margem do cano do lago Mamirauá.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick
www.birdlife.org
http://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCprop293.html

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

solta-asa-do-norte

solta-asa-do-norte (Hypocnemoides melanopogon)

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Família: Thamnophilidae

Bonita espécie amazônica de papa-formiga, mede cerca de 11,5 centímetros. Se alimenta de pequenos artrópodes, muitas vezes seguindo formigas-de-correição. Se associa a bandos mistos. 
Habita matas-de-várzea, igapós, matas ripárias, ilhas fluviais, florestas paludosas amazônicas, buritizais, matas de galeria e caatingas amazônicas.
Ocorre no Equador, Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Peru e Brasil (norte do Mato Grosso a Roraima e no Pará, até a região de Belém).
É uma espécie fora de perigo de extinção e, embora a população esteja com tendência a diminuir, é considerada comum.
Há pouca informação sobre H. melanopogon.
A foto foi tirada na RDS Mamirauá, na época de cheia, dentro da floresta alagada.

Fontes:

Ornitologia Brasileira - Helmut Sick

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

cágado

cágado - Trachemys d´orbigny

É a espécie de quelônio de água doce mais comum no Brasil. Ocorre também no Uruguai e na Argentina. São consideradas duas subespécies, essa do sul do Brasil e outra que ocorre no nordeste brasileiro (T. d. adiutrix).
As fêmeas são ligeiramente maiores do que os machos.
É ameaçada pelo comércio ilegal de animais, sendo a segunda espécie de réptil mais vendida. Além disso, é ameaçada por uma espécie de quelônio exótica, a Trachemys scripta. Outra ameaça é a coleta de ovos para consumo. No Brasil a espécie está reportada como fora de perigo, mas, na Argentina, está na categoria ameaçada.
Estudos mostram que T. d’orbigny se alimenta, principalmente, de plantas, moluscos e artrópodes.  É uma espécie generalista e oportunista. Os jovens são mais insetívoros do que os adultos e as fêmeas tem maior preferência por plantas.
Ambas as fotos foram tiradas na minha visita ao Rio Grande do Sul, em novembro do ano passado. A foto à direita, foi de um animal achado no meio de uma estrada de terra que dá acesso a uma das entradas do Parque Nacional Lagoa do Peixe; à esquerda, um animal em um banhado próximo à Lagoa dos Patos.

Fontes:
Dietary variation and overlap in D’Orbigny’s slider turtles Trachemys dorbigni (Duméril and Bibron 1835) (Testudines: Emydidae) – A. T. Hahn, C. A. Rosa, A. Bager, L. Krause.


Southernmost Localities of Trachemys dorbigni and First Record of Trachemys scripta elegans for Argentina (Cryptodira: Emydidae) - Leandro Alcalde, Natacha N. Derocco  , Sergio D. Rosset and Jorge D. Williams.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

logo-guará

lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
Classe: Mammalia

Ordem: Carnivora

Família: Canidae

Maior canídeo sul-americano, o lobo-guará possui cerca de 1,5 metro de comprimento, 90 centímetros de altura e 24 quilos. É facilmente reconhecível com suas longas e pretas pernas, longas orelhas e pelagem avermelhada.
Ocorre da Bolívia e Paraguai ao Brasil Central, nordeste do Brasil à região sul e argentina. Habita áreas abertas de cerrado, áreas alagadas, matas espinhosas e regiões de maiores altitudes, como a área do Caraça.
Sua reprodução ocorre entra abril e junho, sendo que a gestação dura, aproximadamente, 65 dias. Em média, da à cria a 2 filhotes. O cuidado parental é realizado apenas pela mãe.
São territorialistas e podem se reproduzir com o mesmo parceiro várias vezes na vida, embora, normalmente, apresentam comportamento solitário.
São onívoros. Consomem invertebrados, pequenos vertebrados (certa vez, no Pantanal, observei um lobo-guará caçando, dando pulos verticais sobre a vegetação densa rasteira, e pegando algum pequeno animal, supostamente algum roedor, e se alimentando) e frutos, especialmente a fruta-de-lobo (Solanum lycocarpum).
A espécie é considerada quase ameaçada, mas não há muitos dados sobre a tendência da população estar aumentando ou não. Já foi considerada vulnerável, um "grau" mais ameaçado do que é atualmente.
Essa foto foi tirada na Fazenda São Francisco, numa focagem noturna, com uma pequena câmera digital, de apenas 3 megapixels e um zoom bem fraquinho.

Fontes:

Mammals of the Neotropics – volume 3 – John F. Eisenberg e Kent H. Redford

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

flamingo-chileno

flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis)
Classe: Aves
Ordem: Phoenicopteriformes
Família: Phoenicopteridae

Ave longilínea, com grandes pernas e coloração chamativa. O bico é curvado para baixo e possui lâminas que ajudam na ingestão, por filtração, de plâncton. Há pouco dimorfismo sexual, sendo distinguível pelo tamanho, pois a fêmea é menor.
Se alimenta de pequenos animais como larvas de insetos, moluscos e crustáceos. Também come algas. Sua coloração rósea é devida a carotenoides presentes em sua dieta, especialmente canthaxanthin, astaxanthin e phoenicotaxanthin.
Nidificam no chão, em lagoas rasas e próximas ao mar, mas não ovipõe diretamente no solo, mas em cima de um cone construído com esse propósito. Coloca apenas um ovo, grande, que possui a gema vermelha, devido a presença de astaxantina. Os filhotes são alimentados pelos pais até cerca de 2 meses de idade.
O flamingo-chileno possui cerca de 105 centímetros. Ocorre na América do Sul, até a Terra do Fogo. Habita áreas costeiras, estuários, lagoas e lagos salgados até cerca de 4.500 metros de altitude. No Brasil o local mais comum de encontrá-lo é no Rio Grande do Sul, no Parque Nacional da Lagoa do Peixe (onde as fotos foram tiradas).
A espécie está quase ameaçada e a população, estimada em cerca de 300.000 indivíduos, está em declínio. As principais ameaças são a coleta dos ovos (Bolívia), destruição das áreas de nidificação devido ao uso da água para irrigação (Argentina), mineração, que compromete o habitat da espécie, caça e distúrbios relativos ao turismo. Está no apêndice II da CITES.

Fontes:


Ornitologia Brasileira – Helmut Sick

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

maracanã-de-colar

Maracanã-de-colar (Primolius auricolis)
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae

Bonita espécie de psitacídeo, distinguível pelo colar amarelo na nuca. Chega a 40 centímetros de comprimento e pesa cerca de 250 gramas.
Assim como outras espécies da família, P. auricollis se alimenta de frutos e sementes.
Ocorre do Mato Grosso ao Paraguai, Bolívia e Argentina. Habita capões, áreas agrícolas, matas secas, áreas com carandás (Copernicia alba) e matas de galeria.
A espécie está fora de perigo de extinção e a população está em crescimento.
As fotos foram tiradas na região da Pousada Xaraés, Pantanal sul-matogrossense, município de Corumbá.


Fontes:

Ornitologia Brasileira – Helmut Sick

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Opsiphanes invirae

Opsiphanes invirae

Classe: Insecta

Ordem: Lepdoptera

Família: Nymphalidae

Essa é a lagarta da borboleta. A foto do adulto eu não tenho.
As asas são marrons escuras, com uma grande listra alaranjada. Quando de asas fechadas, notam-se 3 ocelos, sendo um maior na porção mais central. Também apresenta coloração marrom, com linhas pretas e tons carijós.
O. invirae é uma espécie florestal, embora também possa ocorrer em ambientes antropizados. Habita florestas primárias e secundárias, no sub-bosque e no dossel.
Ocorre na Bolivia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru.
Os adultos se alimentam de frutas podres (Famílias Musaceae, Heliconiaceae e Palmae) e as larvas de folhas de diferentes plantas, incluindo palmeiras. A espécie apresenta comportamento crepuscular.
A foto foi tirada no campus da UFAM, em Manaus.

Fontes:
http://www.amazonian-butterflies.net/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Phyllostomus hastatus

Morcego – Phyllostomus hastatus
Classe: Mammalia

Ordem: Chiroptera

Família: Phyllostomidae

Phyllostomus hastatus é a terceira maior espécie de morcego do Brasil e a maior espécie do gênero, medindo entre 104 a 153 mm (cabeça à cauda) e pesando entre 64 e 112 g. Possui duas colorações diferentes, preta e avermelhada, um caso de polimorfismo genético.
Ocorre de Honduras até a Bolívia e em quase todos os estados do Brasil, exceto a região Sul. Provavelmente não habita altas altitudes, tolerando até cerca de 1400 metros.
Vive em diversos habitat, como florestas decíduas, áreas antropizadas, mas com vegetação (jardins e plantações), matas de galeria, matas secas, florestas primárias e secundárias.
Se alimenta de uma grande variedade de itens, incluindo frutos, pequenos vertebrados (lagartos, roedores e outros morcegos) e grandes insetos (besouros, cigarras e esperanças). A espécie se especializou em se alimentar de frutas penduradas de trepadeiras, mas também forrageia acima do dossel. O tipo de alimentação e a quantidade de cada item presente na dieta depende muito do habitat e da região que o animal ocorre. 
Faz tocas em cavernas, edifícios e palmeiras. Vivem em colônias que podem ser pequenas, mas também muito grandes, com centenas de indivíduos. Machos defendem grupos de fêmeas e formam haréns, que chegam a algumas dezenas de fêmeas.
A maturidade sexual das fêmeas é por volta dos 16 meses de idade e os filhotes são mantidos em “colônias-maternidade” enquanto estão amamentando.
A foto foi tirada na Pousada Uacari, RDS Mamirauá. Os animais ficam alojados no forro de um dos flutuantes. A identificação da espécie foi feita pelo meu amigo Gerson Paulino, do Instituto Mamirauá.
Está fora de perigo de extinção.

Fontes:

Neotropical Rainforest Mammals – Louise H. Emmons and François Feer

Mammals of the Neotropics – volume 3 – John F. Eisenberg e Kent H. Redford
Morcegos do Brasil – Nelio R. dos Reis, Adriano L. Peracchi, Wagner, A. Pedro, Isaac P. de Lima.