domingo, 15 de janeiro de 2012

Tracajá


Tracajá (Podocnemis unifilis)

Classe: reptilia
Ordem: testudines
Família: podocnemididae

O tracajá é um quelônio amazônico encontrado nas bacias do Amazonas, Orionoco, Tocantins e Araguaia, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Guianas, Suriname, Venezuela e Colômbia. Devido à grande pressão de caça que essa espécie sofre (para alimentação e comércio) as populações vem declinando. É considerada vulnerável pela IUCN e faz parte do apêndice II da Cites, o que significa que a espécie pode ou não estar ameaçada de extinção, mas cujo comércio deve ser evitado para a conservação.
Os machos adultos e os jovens (segunda foto - Comunidade Caburini, RDSM) possuem manchas amarelas na cabeça e as fêmeas, marrom.
Quando em época de seca a alimentação do tracajá se baseia principalmente em matéria vegetal, um pouco menos em sedimentos e também alguma coisa de matéria animal. Os jovens costumam se alimentar de matéria vegetal flutuante.
A desova dos tracajás é feita na época de seca (terceira foto - ressaca do Acácio no lago Mamirauá, setembro 2009), quando as praias ficam expostas e parece não se importar com a qualidade do substrato, pois desova em praias secas, lama semi-seca, barrancos nas margens dos rios, paranás e lagos. Não desova em grupo, como faz a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa). Constrói um ninho com cerca de 15cm de profundidade, colocando entre 11 a 35 ovos e a desova pode ser feita até duas vezes no mesmo ano. A incubação demora entre 50 a 70 dias e nem sempre os filhotes saem imediatamente do ninho após a eclosão. Quando saem, vão diretamente para a água.
A predação de ovos e filhotes é intensa. Lagartos, jacarés, peixes, aves e alguns mamíferos são os principais predadores naturais. O ser-humano costuma pegar ovos para comer. Quando adultos, além do ser-humano, a onça-pintada (Panthera onca) é um conhecido predador.
Como em outros répteis a temperatura dos ovos é que determina o sexo do animal. No tracajá, acima de 32°C gera fêmeas e abaixo, machos.
Existem algumas iniciativas para a conservação dos quelônios amazônicos. Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (fotos 4 e 5 - soltura dos quelônios na Comunidade Novo Tapiira. Nesta foto temos, além de tracajá, tartaruga-da-amazônia e iaçá) e na RDS Uatumã projetos encabeçados pelos próprios comunitários estão tentando aumentar as populações desses animais. Atualmente o Instituto Mamirauá e o Idesam (um em cada reserva, respectivamente) colaboram e participam também. Mas há outros trabalhos em diferentes locais, como na Rebio Trombetas, mas esse eu não tive contato.

Fontes e mais informações:

Vismara, M. R. Influência do Mmanejo de ninhos de Podocnemis unifilis sobre o Desenvolvimento de embriões no lago Erepecu, REBIO-Trombetas (PA). Programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 2009.

Teran, A.F., Von Mülhen, E. M. Período de desova e sucesso reprodutivo do tracajá Podocnemis unifilis Troschel 1848 (Testudines: Podocnemididae) na várzea da RDSM - Médio Solimões, Brasil. Uakari

Salera Junior, G., Malvasio, A., Portelinha, T.C.G. Avaliação da predação de Podocnemis expansa e Podocnemis unifilis (Testudines, Podocnemididae) no rio Javaés, Tocantins. Acta Amazonica vol. 39(1) 2009: 207 - 214.

www.iucnredlist.org

www.cites.org

Um comentário: